domingo, 13 de outubro de 2013

Goooood Morning, Vietnam / Hanoi I

Antes de partir para o Vietnam, ainda havia umas horinhas para queimar os últimos cartuchos em Luang Prabang. Melhor ainda, pudemos levantar-nos um bocadinho mais tarde, contrariando a promessa do Daniel de que se iria levantar antes das seis para fotografar a “Ronda das Almas”, um ritual onde os monges recebem as oferendas com a refeição do dia de mulheres ao longo da calçada. Pois, vai mesmo ter ficar para outra ronda.



Adeus Luang Prabang, adeus senhores que mal ponho o pé fora do hotel já estão “Tuk Tuk?”, “Waterfall?”, “Cheap cheap!” (o que vale é que os mando a sítios feios e ninguém percebe). Depois do almoço, siga para Hanoi...de avião! É que a alternativa eram 24 horas de autocarro, num percurso que muitos chamam de inferno. Ah não era o outro para Luang Prabang? Ainda consegue ser pior? Nem quero saber.







Uma coisa muito interessante sobre Hanoi, que se foi confirmando nos dias seguintes, é que ninguém fala um inglês decente nesta terra. Não é por nada, mas os serviços da capital de um país não saberem falar inglês não é nada bonito e deixa uma pessoa com os cabelos em pé. É que nem táxis, nem pessoal na estação...só sabem apontar para as coisas e dizer o dinheiro.

Chegados ao hotel (4º andar sem escadas...?), é pousar as malas e ir jantar. Demos dois passos e estávamos a entrar no restaurante de uma das finalistas do Master Chef Vietnam. E não é que se comeu bem? O Daniel está a comer mais vegetais nestes dias  aqui do que em toda a vida dele. E a gostar!

Ainda tivemos direito a um muffin de chocolate para celebrar o primeiro mês do restaurante. Já agora, o marido da cozinheira, um alemão super simpático, está à procura de alguém que a ensine a fazer paella, o seu prato favorito. Nós bem lhe dissemos que a ensinávamos a fazer francesinha, mas o homem torceu o nariz.



O dia seguinte levou-nos ao tão famoso destino de Halong Bay, ou seja, a baía onde o dragão desceu sobre o mar. Só foi pena estar um bocado de nevoeiro, porque o lugar vale as mais de três horas de viagem, o motorista louco e até – imagine-se! – o tempo dentro de um barco.


Depois do almoço no barco (dominamos cada vez melhor os pauzinhos!), chegámos a uma pequena aldeia flutuante, com direito a posto da polícia (seria?) e até escola, para servir os pescadores que ali moram.



E é nesta aldeia que começa o novo divertimento do dia: barquinhos de choque. São dezenas e dezenas de pequenos barcos e caiaques, atulhados de turistas, coletes cor de laranja, máquinas fotográficas e guarda-chuvas a debaterem-se por um espaço na água entre as rochas e as montanhas. Para a próxima, para as fotos parecem paradisíacas, fazemos como os senhores do turismo vietnamita e tiramos os barcos da foto com o Photoshop (a sério, senhores?).





A viagem a Halong Bay pressupõe, ainda, uma passagem por duas grutas e um sem número de lendas sobre as invasões chinesas e os dragões que por ali andaram. Isto de andar em excursões só tem de bom a poupança de tempo, porque andar atrás de um menino com uma bandeirinha...





Mas o que fica é a paisagem, mesmo tendo a certeza de que não vimos nem metade do espaço. Nunca mais me meto numa viagem em que passamos apenas dois dias em cada lado, só a picar o ponto.





De volta a Hanoi, ganhámos coragem para nos lançarmos na famosa loucura das ruas cheias de motas, carros e pessoas que já todos vimos no Youtube. Assusta, é um facto, mas, ao fim de 15 minutos, eu e o Daniel já tínhamos percebido a técnica: não parar. Ignorar a cor dos semáforos, ignorar se aquilo é um passeio ou o meio da estrada e, principalmente, ignorar as mil apitadelas por segundo. E olhem que resulta. Safamo-nos lindamente.







Uma coisa que tenho gostado particularmente em todas as cidades por onde passámos, é a vida que todas elas têm, todos os dias. É que nem estamos a época alta nem nada, mas não há um dia sem mercado, sem animação, sem gente nas ruas. Em Portugal, chega setembro e o país morre. Aqui, não há dia sem algazarra e sem atração para turista ver. E o turista vê, essa é que é a diferença.

Um comentário:

  1. Estou completamente deliciada com estas viagens, para mim uma viagem ao passado! :) Que bom!

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