Bangkok - I
Chegar à Ásia, isso sim, é outro mundo. O ar é logo diferente e, para quem esteve no Dubai, 31ºC asiáticos (entenda-se húmidos) é para meninos. Nunca tínhamos pensado na Tailândia como destino deste Fim do mundo à direita, mas o título de “Destino turístico de 2013” tinha que ser percebido ao vivo e cores. E a cheiros, principalmente a cheiros.
É que vir para a Tailândia a dizer que se é
esquisito com cheiros é desperdício de tempo e dinheiro: não há como lhes
escapar. Começo a achar que os tailandeses não têm cozinha dentro de casa e
preparam tudo cá fora. É que nem sempre é apenas para venda aos turistas e
tailandeses, mas para alimentar, mesmo ali, a família.
E não são cheiros fáceis logo pela manhã,
devo dizer. Mas, se não os podes vencer, junta-te a eles, que é o mesmo que
dizer come do que eles comem. Em Bangkok, comprámos noodles com galinha e uns
rolos com vegetais e pagámos 95 Bahts, o que não chega a dois euros.
Mas ver o Daniel comer de pauzinhos, cheio de
vontade e a adorar aquilo, isso sim não tem preço (há fotos e até vídeos para
mostrar aos mais céticos, mas este blogue gostava de continuar só com fotos de
qualidade. Ou mais ou menos...).
A coisa em Bangkok não começou da melhor
maneira, entre más disposições por causa da profilaxia da malária – é que se
não se morre da doença, morre-se da cura – e das corridas por uma cidade aos
nossos olhos feia em busca do visa para o Vietname ( a simpatia passou pelo
pessoal do consulado a correr e muito).
Duas corridas de táxis até ao hotel e uma
certeza desde logo: não vale a pena tentar responder “Portugal” quando nos
perguntam de onde vimos. Mais vale dizer logo “Cristiano Ronaldo” que toda a
gente chega lá bem mais depressa. Sorriem e querem cumprimentar-nos
efusivamente como se fossemos uns seres privilegiados.
Ainda meio zonzos do trânsito à esquerda e
das poucas regras na estrada, deparamo-nos com o hotel na rua mais louca da
cidade: Khao San Road. É que não há Red Light ou Las Ramblas que lhe façam
frente. Gente por todos os lados, as personagens mais extravagantes, bares com
música altíssima, vendedores de roupa, insetos, comida e bugigangas,
motoristas, agentes de viagens atropelam-se num frenesim que não fica tímido
com a chegada da noite. Fica ainda melhor!
E é proibido ficar-se por esta via, porque há
uma ligação por entre uma espécie de túnel a uma rua paralela que consegue ser
ainda mais excêntrica e absorvente que Khao San. Mais uma vez: ignorar os
cheiros é uma missão a cumprir. É tapar o nariz a certas coisas e deixar que o
ambiente nos envolva. “Smile!”, como me disse um homem, para a seguir me dar um
“Hi 5!” que quase me desfez a mão. É o espírito.
Depois de jantar, seguimos as recomendações e
aventuramo-nos num tuk tuk, a melhor maneira de se deslocar no país. Dizem os
guias que o preço pode e deve ser regateado, mas ao terceiro regateio eu já me
farto e digo que pago aquilo ou que vou noutro. Mas o Daniel não, ele adora
esse momento de discussão com os taxistas e fica todo contente quando eles
tiram 50 bahts ao preço exigido.
A ideia era levarem-nos até ao outro lado do
rio, ver o Wat Arun e voltar. Apenas para uma volta inicial pelo centro da
cidade. E mostrou-se a melhor das ideias: o motorista assumiu o papel de guia
e, além da volta básica que lhe pedimos, ainda nos levou pelo meio do maior
Mercado das Flores da Tailândia, à zona dos templos e do Grande Palácio Real e
deixou-nos cinco minutos num jardim para tirarmos fotos do tal templo. Tudo com
direito a explicação, no melhor inglês que lhe era possível.
Mas encontrar motoristas de tuk tuk
simpáticos não é tão fácil como poderia parecer. Eu acho mesmo que eles já
devem odiar os guias de viagens que aconselham os turistas a regatear o preço.
Além disso, como o inglês não é o melhor, eles respondem “yes” a tudo. Como nos
aconteceu: “a que horas vamos lá chegar?”. Resposta: “yes”. Hummm...ok.
Mesmo antes de voltar ao hotel, lá chegou a
tão anunciada chuva. Chuva é apelido, aqui quando chove não é festinhas. Mas
como estamos na Ásia, estar de calções e chinelos não atrapalha nada o Daniel:
guarda chuva emprestado (não percebi como é que de repente toda a gente tinha
sacado de um...) e siga ser feliz como um menino no meio da rua a fotografar.
Água por água, porque não uma piscina?
Tínhamos 15 minutos antes da piscina do hotel fechar, corremos e ainda
disfrutámos de uma bela noite entre chuva e mergulhos no topo do edifício.
Ahhh...já merecíamos isto!
Quando chegámos para dormir, achámos que o
facto de o barulho da rua parecer que vinha de dentro da nossa casa de banho
não nos ia deixar. Mas o cansaço era tanto que demorámos dois segundos a cair
redondos. Claro que os planos para levantar cedo no dia seguinte foram
fortemente aniquilados.
Às seis da manhã, quando o despertador tocou, a música, as conversas, os motores ainda (ainda?) lá estavam. Como se nunca tivessem parado. E é assim, todos os dias, de manhã à noite. Maravilhoso! Se é para descansar na Tailândia escolham antes uma ilha deserta, a sério.
Excelentes fotografias, Parabéns!
ResponderExcluirMuito obrigado Gabriela
ExcluirEstive em BKK o ano passado e fiquei siderada com a dinâmica daquela cidade. Apetece-me voltar já hoje!!!
ResponderExcluirParabéns pelas fotos...são um registo fora da norma.
Não tirando o mérito as fotos... este texto :) priceless!
ResponderExcluirAi a tailandia que saudades! A comida era otima e as pessoas sao ouras e lindas. A asia tem outro encanto e verdade. Dessa zona falta me aventurar por camboja. Adorei o vosso blog, boas viagens!
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